Acerca do diploma de jornalismo




Por Derek Corrêa

"Jornalismo é espírito" (Ana Freitas)

Essa discussão já levou a protestos em diversos estados e até agora não se teve uma ideia definitiva do que ela pretende realmente com os aspirantes, tanto como os já efetuados jornalistas deste país. Fato é que os aspirantes não estavam – e ainda não estão – a favor, e tão cedo concordarão com a ideia. O fato é que, desde o início dessa queda do diploma já havia um pensamento a respeito do profissional de jornalismo – meu, claro. O que é um jornalista, afinal? Jornalista é aquele formado como tantos de universidade? Uma carreira como qualquer outra efetivada com o diploma? Pois bem, sempre pensei, ao entrar na faculdade, que a priori estava ali para melhorar a minha escrita e, confesso, é a ainda meu intuito. Recentemente vi alguns debates a respeito e algumas matéria e finalmente resolvi me expressar por duas fontes recentes que vi, ambas de jornalistas já no mercado. Ana Freitas defende, assim como Luiz Alberto Scotto a queda do diploma:

“Eu era a favor da formação profissional para exercer a atividade jornalística. Hoje sou decididamente contra o diploma. E me convenci disso agora, quando o Supremo decidiu pelo liberou geral. O rancor com que velhos jornalistas não diplomados escrevem sobre o assunto – a alegria e o gozo incontrolável com que saudaram a decisão – revela com que recalque viveram todos estes anos. Abaixo o diploma! Não podemos deixar estas pessoas mergulhadas eternamente no ressentimento, na amargura interminável da frustração. É uma questão de humanidade.” (Luiz Alberto Scotto)

“Pra ser jornalista, e eu sempre achei isso, não adianta ter faculdade. Jornalismo é espírito. Envolve gostar de estar bem informado, ser curioso, em alguns casos gostar ou saber escrever, gostar de ler, ter visão global de fatos, saber editar, uma série de coisas. Faculdade pode ensinar algumas técnicas, mas se algumas características já não estiverem lá, incubadas, faculdade não faz milagre. E essas técnicas você só aprende de fato exercendo, no mercado - ou seja, não precisa exatamente cursar jornalismo pra aprendê-las, precisa é trabalhar com jornalismo. Além disso, você acha que por causa da queda da obrigatoriedade do diploma alguma empresa vai mudar os critérios de contratação? De maneira alguma. O mercado vai ficar sim mais concorrido, e isso é ótimo pra sociedade!” (Ana Freitas)

Minha conclusão final é que o choque foi como uma perda de tempo, no qual, vários universitários se viram como sem sustentação para esse mercado cada vez mais competitivo. A questão que saliento aqui é que jornalista é uma pessoa à parte das outras; e por isso, quando você é, efetivamente, um jornalista, não tem quem não te reconheça. Tem que ser bom pra ser jornalista.


Créditos:
Trabalho Sujo
Mário Amaya
Ana Freitas

2 comentários:

  1. Tati Souza disse...

    Vocês realmente sabem por que houve a queda do diploma? Não, né? Pois bem, segue a explicação:
    tudo isso foi uma jogada muito bem preparada pelo governo, pois existem milhares de funcionários em cargos de comunicação SEM o diploma. A lei estava em cima deles e por isso foi votada a queda do diploma. Dessa forma os cargos podem continuar sendo tomados por parentes e amigos de quem já está lá dentro, mesmo sem a faculdade.

    De fato, não é qualquer um que tem o espírito de um jornalista. Saber escrever bem é uma coisa, muita gente sabe, ser jornalitsa é OUTRA.

    Vamos nos preocupar em ser bons, em mostrar bons resultados e é claro, com o diploma fica tudo mais gratificante. Sem dúvidas, as empresas querem os melhores profissionais e pela lógica, quem estuda acaba sendo melhor!

  2. Derek Corrêa disse...

    Não fiz essa matéria para agradas gregos e troianos. Fiz para enfatizar que mesmo com a queda não muda nada o ser "jornalista". Acho, sim, que o Brasil se baseou - erroneamente como sempre - em países de primeiro mundo que em sua maioria não necessita de diploma para exercer a profissão, mas convenhamos, tentar contornar o problema pelo final não é uma boa solução, né? O ensino básico sempre fica por último aqui. Essa discussão nunca irá acabar.

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