Vontade

por Tati Souza

Deu vontade. Às vezes dá. É uma vontade tão forte, tão intensa, como se fosse um grito entalado na garganta sem voz para sair. Aí é fácil: é só começar a escrever e tudo vai fluindo bem rápido, as emoções ganham palavras (quando possível) e o alívio é instantâneo, quase a satisfação de uma droga bem pesada.

Não é raro o meu coração bater forte, em um ritmo tão acelerado que até a respiração se confunde. E sentir isso agora, teoricamente, não teria um motivo plausível, mas conhecendo a Tatiana que sou, tenho certeza de que tudo se encaixa, mesmo sem fazer o menor sentido.

Eu tenho medo, mas por que ter medo de uma coisa se essa coisa nem é concreta? É complicado e até engraçado de explicar, mas sinto um medo constante de perder algumas “coisas” que ainda nem tenho. Coisas que eu nem sei se vou ter, mas já considero, digamos assim, 10% minhas (não sei se 10 é um número bom, mas em matemática sempre preferi usar exemplos fáceis).

Falar de coisas minhas é difícil (eu sou difícil!), mas sempre espero que através das palavras eu possa acalmar ou aliviar alguém que sinta o mesmo. O caso é que dessa vez nem eu mesma consigo organizar as palavras, pois talvez não entenda perfeitamente o lead dessa novela. As perguntas básicas: o que, quem, quando, onde, como, e, principalmente, por que, não foram completamente apuradas.

Existem encontros, situações, pessoas e/ou momentos que se envolvem/desenvolvem tão rápido, basta piscar os olhos para ver que um capítulo inteiro já foi escrito e o pior: você leu, quase chegou ao fim e nem percebeu! O mais estranho é que quanto mais você deseja chegar ao final para ver se deu tudo certo, quanto mais perto você chega das últimas frases, menos você quer chegar, pois a curiosidade, a angústia de descobrir o que vai ser acaba atropelando o temperinho do destino.

O tal do destino, esse sim é foda. Ele escreve mil “the ends” para cada caso; mil possibilidades de dar tudo certo, mil possibilidades de dar tudo errado, mil possibilidades de sorrir, mil possibilidades de chorar... mil possibilidades para viver.

A vontade de escrever passou.
Boa noite.

2 comentários:

  1. Anônimo disse...

    Tá muito preocupada.. senta, respira e relaxa.

  2. Tati Souza disse...

    talvez esteja... essa mania de tentar ser sempre "perfeita", "certinha", "do bem", me deixa assim: ansiosa e nervosa. mas tô aprendendo a controlar! =)

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